16 de fevereiro de 2009

Enurese Noturna.

É comum criança com menos de 5 anos fazer xixi na cama durante a noite. Isso ocorre, pois o mecanismo urinário ainda está amadurecendo. Mas, quando a criança com mais de 5 anos de idade, molha a cama pelo menos duas vezes por semana, por no mínimo 3 meses , sem ter a intenção, é possível levantar a hipótese diagnóstica de enurese noturna.
Não é possível prevenir a enurese. O que se sabe é que a enurese é mais frequente nos meninos, e que pais que tiveram enurese quando criança há maior probabilidade do seu filho vir a ter.
A enurese pode ser classificada em primária (quando jamais houve o controle urinário); ou secundária (quando houve o controle por pelo menos 6 meses, e depois foi perdido).
Seja para a enurese primária ou secundária, é necessário consultar um médico para avaliar se há fatores orgânicos envolvidos, e quais são.
Em relação a enurese do tipo secundária (quando tinha o controle urinário e o perdeu posteriormente), é importante observar se a criança passou por alguma situação de estresse (nascimento de irmão, separação dos pais, falecimento de alguém próximo), já que tais situações, podem fazer com que a criança regrida em alguns comportamentos.
Não é incomum que crianças muito calmas, e que não manifestam raiva, molhem a cama durante a noite. Pode ser que esta tenha sido a forma, que elas encontraram para se expressar.
É importante enfatizar que a criança que molha a cama não é culpada. Nenhuma criança quer acordar numa cama molhada e fria. Essa colocação parece óbvia, mas a aponto, porque ainda muitos castigam a criança, talvez por pensar que ela urinou intencionalmente. Portanto, punição não é a forma de solucionar a enurese.
Devemos estar atentos, pois a enurese pode prejudicar a auto-estima da criança. Quando a criança é ridicularizada, insultada ,ou castigada por molhar a cama, a chance disso ocorrer é ainda maior.
Para a criança, o fato de molhar a cama por si só já pode lhe causar ansiedade, medo, e algumas limitações (Por exemplo, não dormir fora de casa).
Existem diversas formas dos pais ajudarem seu filho. Acho interessante estimular a criança a anotar em um caderno, toda vez que fizer xixi na cama. Quando anotamos um comportamento indesejado, já conseguimos reduzir sua frequencia. Porém, o mais importante, é os pais buscarem orientação médica para que a enurese e os efeitos dela cessem o quanto antes.

9 de fevereiro de 2009

A criança com medo de crescer.

Quem nunca falou ou ouviu (quando criança) comentários como: "se você não estudar direito hoje, como arrumará um emprego quando crescer?" Ou então " se você não for mais responsável, como irá se cuidar quando crescer?". Acredito que a intenção dos pais é despertar na criança senso de responsabilidade.

Mas atenção! Imagine como é ouvir isso diversas vezes durante a infância. Tais comentários fazem com que o "crescer" pareça algo muito difícil e grandioso, talvez até inalcançável. Poderá despertar na criança um sentimento de medo em relação ao futuro. E o mais importante, tais comentários não fazem com que a criança se torne mais responsável.
Uma criança que frequentemente ouve tais cobranças, poderá sentir-se ansiosa, e com medo: "se eu não consigo fazer direito hoje, também não conseguirei fazer quando crescer". O futuro poderá parecer difuso e ameaçador, dando a sensação de que provavelmente não conseguirá corresponder ao que se espera dela.

Não é incomum crianças apresentarem medo de crescer. Algumas vezes esse medo é expresso verbalmente, outras vezes conseguimos notá-lo através do comportamento.

É importante saber dosar a forma como é feita qualquer cobrança, sendo assim, vamos deixar muitas delas no tempo presente. Por exemplo: a criança precisa fazer a lição de casa porque é sua responsabilidade, e um compromisso assumido hoje com a professora, e não porque futuramente precisará de um bom emprego.
O futuro deixaremos no lugar dele.

5 de fevereiro de 2009

A criança e seus medos.

Medo é um sentimento extremamente frequente na infância.
Existem diversos tipos de medo. Entre os mais comuns estão: monstros, ladrão, escuro, bichos, perder alguém próximo e crescer.
O aparecimento do medo pode ser atribuído a ideias fantasiosas (monstros), ou a situações reais vivenciadas (uma criança que sente medo de ladrão, após ter sua casa invadida).
Alguns desses medos são expressos facilmente, porém, outros podem manter-se ocultos podendo causar sintomas físicos, e comportamentos retraídos ou agressivos. Além disso, o temor de algumas crianças pode transformar-se em fobias, fazendo-se necessário o auxílio de um profissional.
Os pais devem estar atentos se o medo de seu filho está prejudicando no convívio familiar, social ou escolar (a criança deixa de participar de brincadeiras ou excursão escolar, recusa em dormir fora de casa, dorme apenas no quarto dos pais, dificuldade em afastar-se dos pais, entre diversos outros comportamentos).
Pais que apenas explicam e desconsideram o medo da criança: "não precisa ter medo disso...", não estão ajudando para que o medo acabe. Diante de tal postura, o que poderá ocorrer é a omissão do medo: a criança deixa de expressar seus temores para agradar os pais, ou para não assustá-los, ou ainda, podem calar-se por não se sentir compreendida.
É importante que os pais aceitem os medos da criança e dê oportunidade para que ela os expresse.
Normalmente a criança não apresenta dificuldade em expressar seus medos, e quando os pais conversam abertamente sobre o assunto, a criança se sente forte para encarar aquilo que lhe é ameaçador.
 
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